Boleto sem registro: O que você precisa saber
Você, provavelmente, já deve ter ouvido falar sobre o fim do boleto sem registro. A extinção dessa forma de pagamento busca, acima de qualquer coisa, reduzir o número de golpes e trazer mais transparência ao mercado de pagamentos brasileiros.
Agora, de forma efetiva, o que você precisa saber sobre o fim do boleto sem registro? Por que ele vai acabar? Como isso vai acontecer? Quais os impactos da mudança? Tire essas e outras dúvidas a seguir!
O fim do boleto sem registro
Primeiramente, é importante ressaltar: o boleto como forma de pagamento não vai desaparecer. Apenas será obrigatória a identificação, com o CPF ou CNPJ do cliente que realizará o pagamento, assim como a comunicação dessas informações ao banco. Além disso, será determinado o valor e o prazo limite para pagamento - características que eram facultativas no boleto sem registro.
Ou seja, o boleto sem registro costumava ser a forma mais prática de fazer pagamento, porém era muito menos segura - e foi exatamente a falta de segurança que levou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) a extingui-lo. Afinal, o número de fraudes estava aumentando ano após ano.
Falsas lojas online se aproveitam de brechas e aplicam golpes em consumidores desavisados. Muitas vezes, com e-commerces de fachada ou contas de laranja, os criminosos ofereciam produtos e, após o pagamento do boleto sem registro por parte do cliente, não enviavam os produtos.
Para se ter uma ideia, de 2014 para 2015, o montante em fraudes passou de R$ 159 milhões para R$ 374 milhões.
A estratégia para acabar com o boleto sem registro
São emitidos por ano, no Brasil, cerca de 3,7 bilhões de boletos que têm relação com a venda de produtos e serviços. Assim, a estratégia da Febraban foi acabar com o boleto sem registro de forma gradual.
Primeiramente, foram extintos os valores mais altos, ainda em julho. Agora, desde o dia 11 de setembro, não podem ser feitos boletos sem registro com valores iguais ou maiores que R$ 2.000 mil.
Confira os prazos na tabela a seguir:
- Boletos com valor igual ou acima de R$ 50.000,00: 10/7/2017
- Boletos com valor igual ou acima R$ 2.000,00: 11/9/2017
- Boletos com valor igual ou acima R$ 500,00: 09/10/2017
- Boletos com valor igual ou acima R$ 200,00: 13/11/2017
- Todos os valores de boletos: 11/12/2017
Os impactos da mudança
A partir de 11 de dezembro, portanto, os boletos deverão ser emitidos já registrados. Assim, os bancos vão receber um arquivo de remessa contendo os dados do boleto, e, caso ele não seja pago, ficará pendente até que haja alguma manifestação do emissor.
Uma das principais mudanças e a maior causa de reclamação das empresas que emitem boletos é a taxação. Agora, mesmo que o cliente final desista da compra, o emissor será taxado também para declarar a desistência e finalizar o boleto.
Todavia, as empresas podem planejar como vão aderir à ferramenta. É importante ressaltar que não acontecerão mudanças significativas para os negócios que já emitem boletos registrados e enviam diariamente remessa aos bancos com as informações contidas nos boletos.
Alguns pontos práticos para que sua empresa se prepare para a mudança:
- Mantenha-se atualizado sobre novas resoluções da Febraban. Isso é primordial para tomar as ações necessárias e garante que sua empresa possa agir dentro da lei.
- Busque fazer a atualização dos dados cadastrais de seus clientes. Você precisa ter CPF, CNPJ e endereço para preencher um boleto registrado.
- Procure se informar com seu banco sobre o processo de migração de sua carteira sem registro para uma registrada.
- Preste atenção às taxas que serão cobradas. Afinal, com o boleto registrado, o banco pode cobrar taxas, inclusive, pelo cancelamento.
- Existem aplicativos e recursos tecnológicos que permitem trabalhar da maneira adequada com os boletos. Tais ferramentas integram o software de gestão usado, ajudam a manter a boa comunicação com os bancos e atendem às exigências da Febraban e outros órgãos. (Você pode conferir alguns exemplos que compartilhamos aqui no blog).
Dessa forma, as empresas, lojistas e consumidores têm mais segurança ao realizar operações financeiras, estando sempre muito claras as informações de quem pagou, quando pagou e o valor que foi pago. Além disso, boleto com registro permite o pagamento vencido em qualquer banco pelo DDA ou pela atualização do boleto no site do banco emissor. Assim, sua empresa pode manter uma boa saúde financeira e gerar fluxos de caixa positivos.
Ficou com alguma dúvida sobre o fim do boleto sem registro? O que achou dessas mudanças? Compartilhe suas dúvidas e opiniões nos comentários!
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